NeurovertebralTratamento Enxaqueca

Aprovada em março pela Anvisa, injeção mensal do medicamento Erenumabe bloqueia a ação da CGRP ( proteína ligada ao gene da Calcitonina ), que é relacionada às crises de enxaqueca.

O primeiro medicamento da categoria de anticorpo monoclonal para o tratamento específico das enxaquecas acaba de ser aprovado no país. A injeção mensal do medicamento Erenumabe bloqueia a CGRP, que está em nível aumentado nos indivíduos com enxaqueca. Durante a fase de estudos e já em uso  na Europa e Estados Unidos, não tem demonstrado efeitos colaterais importantes. Atua bloqueando o receptor da CGRP, evitando sua ação no processo de inflamação.

De acordo com a médica neurologista Dra. Elaine Cristina Lima, a enxaqueca é  um dos tipos de dores de cabeça chamadas de primárias, nas quais não se encontram doenças associadas. “O que concede o caráter maligno é o número de vezes que a pessoa experimenta a dor, duas intensidade e a consequente diminuição na qualidade de vida e no prejuízo de seus relacionamentos com familiares e amigos”. Ela complementa que a enxaqueca também se associa à queda no rendimento no trabalho e nos estudos.

Há certa dificuldade em estabelecer a frequência na população, destaca a especialista. “Mais ou menos por volta de 18% da população total e 25% das mulheres sofre de enxaqueca”, informa . “Existe um mecanismo relacionado ao nervo trigêmeo e sua conexão como sistema de controle da dor. Pessoas com enxaqueca também têm o nível de serotonina baixo”. Outro mecanismo, ela explica, seria a CGRP. “Os tratamentos visam dor aguda e atuam também na prevenção das mesmas.  Analgésicos comuns e associados, derivados da ergotamina, anti inflamatórios não hormonais, triptanos, anti eméticos, opióides, corticóides e neurolepticos são utilizados para a fase aguda”.

Nos casos em que as pessoas apresentam dores muito frequentes, com longa duração ou incapacitantes, ou ainda quando há a aura (sintoma que precede a dor), os médicos lançam mão de medicações preventivas.

Em todos os casos, orienta-se a melhoria da qualidade de vida.“Destaco alimentação saudável, sono em torno de 8 horas e muita atividade física”. A especialista lista que em alguns casos, os medicamentos preventivos utilizados são anti epiléticos, antideoressivos, medicação uyilizada em labirintite e bloqueadores de canal de cálcio e beta bloqueadores, utilizados na área cardiovascular.  “Sabemos que todas essas medicações acabam reduzindo as dores, mas têm efeitos colaterais”.

“Com a chegada do Enerumabe/Aimovig temos agora mais uma alternativa com foco na CGRP”. Há cerca de dois anos, o New England publicou o estudo randomizado sobre o uso do Erenumabe na profilaxia da enxaqueca. A droga reduxiu em 50% as crises de 50% dos pacientes. As agências de saúde norte-americana e europeia o aprovaram para uso, no tratamento preventivo dessa doença crônica.

Em contraposição ao baixo índice de efeito colateral, está o preço bastante elevado. Se comparado ao custo nos EUA, no momento, aqui custaria em torno de R$ 26.000,00 ao ano.

Referências:

1 https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-information/aimovig-epar-product-information_pt.pdf